Na mistica indiana, "nascido da lama" (pankaja) é um termo poético do sânscrito para o lótus indiano. Como imagem e ícone, o lótus evoca a constatação de que toda a vida, enraizada na lama e alimentada por matéria decomposta fluida e em constante mudança, abre-se ao espaço e luz. A lama e a fluidez simbolizam as qualidades substanciais da natureza, incluindo a natureza da mente. A flor na formosura de suas múltiplas pétalas, simboliza o conjunto de qualidades mais sutis, com o dourado e esplendor do espírito no centro.
Na mitologia egípcia um lótus emerge das águas profundas e escuras do mar primordial como emblema do espírito da vida, luminoso e perfumado, revelando-se, às vezes, como criança divina, o Deus solar Ré (ou Rá).
Rá ou Ré - Deus Sol do Antigo Egito |
Na mitologia egípcia um lótus emerge das águas profundas e escuras do mar primordial como emblema do espírito da vida, luminoso e perfumado, revelando-se, às vezes, como criança divina, o Deus solar Ré (ou Rá).
Pintura Basohli - Índia |
Akshobhya - o Budha Impassível |
A típica imagem de Budha sentado em um trono em forma de lótus (Akshobhya, o Budha Impassível), mostra que assim como a lama, o mundo do sansara não o perturba. Toda a matéria decomposta e tudo o que está de passagem não o perturba. Ele toca o chão, mostrando que não está separado da lama. Ele mostra que o nirvana, do qual ele é a imagem, não está afastado do sansara, e nem o sansara do nirvana.
Muitos monges e budistas em práticas meditativas imaginam flores de lótus surgindo debaixo de seus pés enquanto andam, assim estariam espalhando o amor e a compaixão de Buda simbolizados pela flor.
Enfim, a simbologia está presente em todas as sociedades humanas e expressam mitos, crenças, fatos, situações ou ideias, sendo uma das formas de representação da realidade. Esta flor é cheia de enigmas e mistérios que podem nos tocar e trazer a aproximação com outras culturas e com o mundo ao nosso redor.
Fonte: O livro dos símbolos - Taschen
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