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terça-feira, 13 de agosto de 2013

No vazio da plenitude


"A vida precisa do vazio. 
A lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta. 
A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida. 
Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito". (Rubem Alves)

Muitos acreditam que estar cheio é sinal de completude. Estar cheio de dinheiro, cheio de amigos, cheio de trabalho, cheio de conhecimento, e assim por diante. As pessoas na maioria das vezes são movidas pela necessidade de querer preencher algo que lhes falta, de completar e complementar seu espaço interior mais e mais. Porém, o que muitas das pessoas não sabem é que é extremamente normal e imprescindível termos esse vazio tão temível para que possamos nos compreender e florescer. Para que possamos em nosso silêncio desabitado ouvir o nosso som, o som do nosso coração. Para que possamos simplesmente perceber nossas verdadeiras e profundas necessidades. 
Quando estamos cheios demais estamos dispersos, prestamos atenção em tantas coisas que aquelas que são mais importantes passam despercebidas. Quando estamos cheios passamos a querer coisas, pessoas e momentos grandiosos, pois vamos nos esquecendo aos poucos da simplicidade e da naturalidade que é viver. 
Estar vazio é estar disposto a se conhecer. É permitir que o terreno esteja limpo e livre para que as sementes possam crescer e florir. É permitir que sejamos sempre uma janela para o desconhecido, onde tudo é possível. Sem normas e preceitos. É estar em total integridade conosco e com o meio ao nosso redor. Podendo, assim, vivenciar a plenitude completa do viver. 

Que possamos cada vez mais nos desprender daquilo que nos prende, pois a vida não é feita de posses, e sim da verdadeira transparência daquilo que não tem forma e nem nome. 

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